eLyra #24 (dezembro 2024): Gêneros e formas de etnopoesia

2024-05-20

Chamada de trabalhos para o n. 24 (dezembro 2024)

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Os artigos devem ser enviados para o email: revistaelyra.dezembro@gmail.com

 

Título: Gêneros e formas de etnopoesia

Org. Glòria Bordons de Porrata-Doria, Julieta Torrents i Sunyol, Fabiane Renata Borsato

Segismundo Spina, na obra Na madrugada das formas poéticas, menciona a presença, entre os povos primevos, da poesia improvisada, circunstancial, interessada nos acontecimentos diários, profanos, amorosos, bélicos, contados com zombarias ou encômios. Estes povos se reuniam para se desafiarem em torneios baseados em “jogo de estrofes e contra-estrofes, golpes e contragolpes, perguntas e réplicas, desafios e contestações” (2002, p.31). Música, poesia e dança estavam relacionadas às práticas rituais religiosas, à magia, às atividades lúdicas e ao trabalho, sendo importante representação do ritmo de vida da comunidade. Nos dias atuais, a   etnopoesia que se aproxima dos gêneros e formas de expressão popular anunciadas por Spina encontrou mecanismos de circulação de seus versos e de resistência política nos meios digitais, em festivais e nas batalhas institucionalizadas ou organizadas espontaneamente nas comunidades. Há uma diversidade de formas e gêneros de etnopoesia de execução oral ou impressa, praticada por e para uma coletividade, com rituais que a aproximam de outras artes como a música, o cinema, o teatro, a dança e a gravura, de que são exemplos a cantoria do repente, a poesia de cordel, a slam poetry, a poesia dos griots, a spoken word, o rap, a dub poetry, o cancioneiro e outros. Essa poesia improvisada ou previamente escrita apresenta como princípio a oralidade e dialoga com a música e a performance, no acompanhamento de melodias e na mise-en-scène. No ato performático, a complexidade rítmico-expressiva do poema encontra-se com a interpretação do poeta/leitor que mobiliza singulares mecanismos prosódicos. Este número da Revista eLyra deve reunir um conjunto de estudos teórico-crítico-analíticos de gêneros e formas da etnopoesia falada ou impressa que abordem:

  1. Natureza, função, história e normas da etnopoesia.
  2. Ritmos, formas fixas, gêneros, escolhas estéticas e estilísticas da etnopoesia produzida no passado e no presente, em suas formas de execução falada e impressa.
  3. As implicações textual, social e cultural da leitura silenciosa e em voz alta do poema, bem como as relações da etnopoesia com as práticas sociais, festivas e políticas.
  4. As recriações poéticas advindas do emprego de toasting nas spoken words, bem como as variações rítmico-expressivas e as potencialidades prosódicas adotadas na performance do leitor que profere o poema em voz alta.
  5. Experiências de ensino de etnopoemas na sala de aula.
  6. O papel das atuais academias de repentistas e cordelistas na preservação das técnicas oratórias verbais e extraverbais
  7. Narrativas, mitos e imagens formadoras da etnopoesia de tradição oral e impressa como o repente, o cordel, o romanceiro e a recente spoken word.
  8. As implicações entre voz, memória, gestualidade, repertório e intencionalidade.
  9. As relações linguísticas e paralinguísticas: postura corporal do leitor, entonação, timbre de voz, andamento, inflexão, duração, etc.
  10. A poesia dos aedos, trovadores, jograis, menestréis, repentistas, cordelistas, romanceiros.
  11. As vinculações da etnopoesia com outras artes do tempo e do espaço, especialmente a música, o drama e a performance, como são exemplos a corranda catalã e o cancioneiro popular da segunda metade do século XX.

Espera-se, com esta edição da Revista eLyra, gerar conhecimentos atualizados sobre história, teoria e crítica da etnopoesia impressa ou criada para a voz; compreender o sentido de coletividade tão vivamente presente no poema falado para uma plateia; conhecer estudos que aproximem etnopoesia e outras artes, especialmente poesia, performance e música; discutir o alcance internacional da etnopoesia.

  • Prazo para envio de artigos: 16 de setembro de 2024
  • Envio das contribuições somente pelo e-mail da Revista eLyra: revistaelyra.dezembro@gmail.com
  • Não serão aceitos trabalhos em desacordo com as normas da revista.
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