"Eu sou livre como o vento": como cantadores da capoeira ressignificaram o poema 'Peleja de Manoel Riachão com o diabo', de Leandro Gomes de Barros

Autores

  • Danilo Mataveli Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.21747/21828954/ely24a3

Resumo

Este trabalho analisa gravações e outros registros históricos de momentos em que cantadores negros ligados às práticas da capoeira se apoderaram do poema de cordel Peleja de Manuel Riachão com o Diabo, de Leandro Gomes de Barros. Dentre os documentos analisados estão as gravações dos cantos de Bimba realizadas por Lorenzo D. Turner (1940), de Waldemar da Paixão, feita por Simone Dreyfus-Gamelon (1955), e de Traíra, publicadas pela Editora Xauã (1963). Ao longo do ensaio, proponho que é possível observar nesses registros os procedimentos de recorte, edição e ressignificação a que os versos do poema de Leandro Gomes de Barros são submetidos por esses cantadores. Também proponho que, em um contexto de disputa de raças e classes, as gravações são indícios de um fenômeno sociopolítico no qual representantes da cultura afro-brasileira impuseram sua liberdade de expressão artística por meio da subversão dos versos de um poema que, contraditoriamente, não apenas expunha como também reafirmava a negação desse direito.

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Publicado

2024-12-30

Como Citar

Mataveli, D. (2024). "Eu sou livre como o vento": como cantadores da capoeira ressignificaram o poema ’Peleja de Manoel Riachão com o diabo’, de Leandro Gomes de Barros. ELyra: Revista Da Rede Internacional Lyracompoetics, (24), 51–73. https://doi.org/10.21747/21828954/ely24a3