A máscara e o eco: música e (auto)biografia em 'Marilyn Moore', de Manuel de Freitas
Resumo
Na obra contemporânea do poeta português Manuel de Freitas, tem grande relevo a referência ao universo musical, em especial no que se refere a canções populares e a experiências de seus compositores e intérpretes. Neste artigo, abordarei um dos elementos ligados a esse fenômeno, a saber: o recurso à ficcionalização poética da biografia de artistas da música em Marilyn Moore, coletânea de poemas publicada por Freitas em 2011, e dedicada à cantora de jazz estadunidense que dá nome ao livro. Trata-se, a meu ver, de um processo em que o texto poético é concebido como eco e reverberação da experiência musical e que, ao mesmo tempo, dá vazão ao enfoque metapoético, por meio do artifício da máscara alegórica e da escritura “em dueto”.