O ensaísmo de Ana Hatherly: “na fronteira entre o diálogo e o duelo com tudo”
DOI:
https://doi.org/10.21747/2182-8954/ely17a6Resumo
Um dos aspectos medulares da poética de Ana Hatherly é o interesse na materialidade da linguagem, submetida a contínuas investigações nas mais variadas formas. Cada trabalho parece um pedaço da mesma incessante pesquisa e dá a ver uma atenção à performatividade e à fisicalidade da escrita, à busca de sua voltagem mais intranquila ou suspensiva – ensaística? Se o ensaísta, eminentemente experimental, arma um “jogo infinito” e textualiza um “pensamento tátil” (Jean-Christophe Bailly), cabe especular a configuração de um ensaísmo em muitas das experiências poéticas e visuais de Hatherly. Embora a autora também colecione textos explicitamente reflexivos, este ensaio parte da hipótese de que são observáveis na vertente dita artística da sua obra alguns de seus ensaios mais vigorosos.