João Cabral no museu: o poeta entre o lixo e o arquivo
DOI:
https://doi.org/10.21747/2182-8954/ely18a7Resumo
Em Museu de Tudo (1975), João Cabral de Melo Neto atua como um grande arquivista, seja no processo de formação do livro, que reúne poemas escritos ao longo de quase uma década, ou no procedimento formal de selecionar, colecionar, reescrever, organizar e publicar. No poema de abertura, o poeta insinua que o livro não tem “vértebra”, isto é, não tem um fio condutor, e que ele pode ser tanto “caixão de lixo” quanto “arquivo”. Nesse sentido, analisa-se a relação entre lixo e arquivo e seus paralelos com a memória. Também se aponta o quanto o livro é uma releitura da própria obra e um exercício de controlá-la, principalmente a partir das figuras que o poeta convoca para o seu “museu”.