Apresentação
DOI:
https://doi.org/10.21747/21828954/ely19apResumo
Este número da eLyra procura interrogar e re-perspectivar o poema em prosa e as margens entre prosa e poesia, sem limites pré-determinados no que toca a épocas, línguas ou tradições literárias. A incidência dos olhares críticos sobre pontos de confluência e de atravessamento pretende dar espaço a estudos que reconsiderem o lugar-comum do choque formal produzido pelo poema em prosa à luz de novos entendimentos. Associado tanto ao narrador quanto ao sujeito lírico, ou dissociado de ambos, o poema em prosa e a prosa poética possibilitam interrogações específicas, pelo viés da sua estruturação narrativa ou da sua dimensão lírica, em relação a quem ou ao que fala (Kjerkegaard 2014: 188). É por esta razão que ao explorar também o “momento elástico” que configura a temporalidade do poema em prosa (Munden 2017), ou seja, a sua inscrição de histórias e a sua inscrição na História, este género tem sido um lugar privilegiado na manifestação de subjectividades alternativas e periféricas (feministas, queer, pós-coloniais, entre outras), e, ainda, subjectividades não-humanas (o objecto, a coisa, o animal).