O que há de poesia no animal: uma análise da “prosa em prosa” de Jean-Marie Gleize
DOI:
https://doi.org/10.21747/21828954/ely19a1Resumo
O presente artigo busca introduzir a obra do poeta francês contemporâneo Jean-Marie Gleize, a partir de pressupostos teóricos que ele mesmo propõe baseado em seus estudos sobre a poesia francesa, com enfoque na poesia moderna. Analisa-se, então, aquilo que o levará a defender a escrita do que ele nomeou “prosa em prosa”, baseado em uma observação, principalmente, da obra Baudelairiana e da mudança que pareceu se efetuar na escrita do autor entre seu primeiro livro de poemas, Les fleurs du mal (1857), e o segundo, Le spleen de Paris (1869). Fazendo também uma análise das figuras dos cães e dos gatos que aparecem de forma diferente em cada uma dessas obras, Gleize propõe uma visão do “cão” ligada a essa poesia prosificada, mais ligada à cidade e à realidade, e que é a escrita que ele defende diante da vida moderna. O artigo fará também proposições, portanto, acerca de uma escrita “animalesca” que parece ter sido sugerida por outros escritores, partindo de algumas análises de estudos teóricos da animalidade.