A linguagem da videopoesia e uma leitura de “Fevereiro”, de Matilde Campilho
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo, inicialmente, reconstituir brevemente o contexto artístico-cultural em que, na passagem da era moderna para a contemporaneidade, se verificaram as condições necessárias para o surgimento de novas modalidades discursivas baseadas no intercruzamento entre palavra, som e imagem. A partir disso, discutiremos os principais aspectos envolvidos na conformação da videopoesia enquanto discurso propriamente interartístico, de gênero híbrido, apontando de que modo a conjugação de signos realizada por ela resulta também na singularidade de sua possível experiência de leitura; e, finalmente, realizaremos uma entre as muitas espécies de análise possíveis do videopoema “Fevereiro”, de Matilde Campilho, buscando perceber especificamente algumas relações semânticas que se estabelecem na interação entre duas de suas dimensões: a verbal e a visual.