Formas e práticas da impertinência na poesia de Adília Lopes
Resumo
Na poesia de Adília Lopes, a coexistência de textos pluridiscursivos que rompem com as fronteiras entre os gêneros literários tende a caracterizá-la como uma poética do inespecífico. Aliada à insubordinação do estilo lírico, sua poesia investe na transposição do autobiográfico e das memórias para o universo da arte, o que resulta em poemas em prosa que, também, dialogam com vários outros gêneros, tais como as citações, os provérbios, as crônicas, as histórias orais e as conversas informais. Essas multiplicidades de construções poéticas utilizam da paródia e da ironia para marcar, nos livros de Adília, o hibridismo e a aproximação do sujeito com sua experiência. No intuito de verificar essas formas e práticas heterogêneas em Adília, este artigo apresenta uma leitura de alguns poemas dos livros Manhã e Bandolim, publicados em 2015 e 2016, livros esses que mesclam elementos de poesia, de autobiografia e de memórias com os diversos outros gêneros