"Bordar é um verbo destinatário": o gesto e o avesso do poema

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DOI:

https://doi.org/10.21747/2182-8954/ely17a14

Resumo

A partir de reflexões que têm aflorado na crítica contemporânea, elaborando transformações e questionamentos dos sentidos e dos limites da noção tradicional de literatura, pretende-se atuar, mapeando, na produção brasileira do presente, outros espaços de criação e inserção da literatura, as emergências de novas textualidades, da poesia em particular, e seu desdobramento enquanto poesia fora de si. A atenção ao gesto, e ao seu avesso, também nos levam a pensar como os circuitos da poesia, hoje, encontram-se atravessados por outras formas manuais, como é o caso dos bordados e das instalações, que, de forma cada vez mais latente, vêm incorporando a palavra escrita: do manto de Arthur Bispo do Rosário, passando pelos voiles de José Leonilson, até as flâmulas de Julia Panadés. A trajetória, aqui, também não é linear e muito menos acabada: a constelação parte daquilo que leram, da forma que incorporaram aos seus trabalhos suas leituras, e como são lidos, no gesto sem fim de Penélope, ao performar, de dia, a costura da mortalha, para, à noite, desfazê-la, deixando-nos a tarefa árdua e contínua da escrita e da leitura, sucessiva e infinitamente.

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Publicado

2021-07-21

Como Citar

Marina Baltazar Mattos, & Ribeiro, G. S. . (2021). "Bordar é um verbo destinatário": o gesto e o avesso do poema. ELyra: Revista Da Rede Internacional Lyracompoetics, (17), 225–237. https://doi.org/10.21747/2182-8954/ely17a14

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Artigos