'Our skin is a monument': corpo, raça, mulher em alguma poesia africana em português
Resumo
O meu texto centra-se na função de instrumento de emancipação que a palavra poética assume nas questões ligadas ao género e à raça no espaço africano de língua oficial portuguesa e da diáspora. Partindo dos anos 50 e do caderno/manifesto Poesia Negra de Expressão Portuguesa organizado por Mário Pinto de Andrade e Francisco José Tenreiro, e partindo da ideia de que os saberes e as suas manifestações nas artes criam genealogias de conceitos, pretende-se apresentar uma breve panorâmica que tente ilustrar os momentos de rotura e clivagem que têm vindo a existir na evolução de tais temáticas. Neste contexto, serão abordadas também as mais recentes experiências de novas textualidades criadas em Portugal por subjetividades afrodescendentes e antirracistas, como Djidiu: A Herança do Ouvido, que se abre a uma ideia de produção textual coletiva contaminada por práticas como as do rap ou da slam poetry.