"Galáxias", de Haroldo de Campos, é um livro de artista?
DOI:
https://doi.org/10.21747/2182-8954/ely17a2Resumo
Nos cinquenta fragmentos textuais que compõem Galáxias, de Haroldo de Campos, a todo momento rompe-se a dominância do cogito. Desse modo, a atenção do leitor, geralmente tendenciosa a voltar-se apenas para a camada semântica do texto, a buscar aquilo que o texto significa, é levada a perceber ali também o pulsar de uma materialidade viva. Se a palavra não é apenas um veículo para a mensagem, também o corpo do livro não é mero suporte para os textos, mas um importante elemento para a produção de sentido. Com um estranho projeto gráfico, a obra de Haroldo poderia ser considerada um livro de artista? É isso o que o presente artigo investiga.