“Formas novas, mas idênticas”: repetição e reescrita em Carlos de Oliveira
DOI:
https://doi.org/10.21747/21828954/ely22a4Resumo
Em uma série de exercícios críticos, este artigo analisa textos e poemas de Carlos de Oliveira (1921-1981) com o objetivo de pensar uma ideia de repetição enquanto relação dialética entre identidade e diferimento. O escritor português é particularmente interessante para tal reflexão por ter passado grande parte de sua vida reescrevendo suas obras, mesmo as já publicadas. Com o aporte teórico do linguista Pius Servien, do filósofo alemão Walter Benjamin – e também por meio da leitura de um conto de Jorge Luís Borges –, analisaremos o texto “O iceberg”, de O Aprendiz de Feiticeiro; o romance Pequenos Burgueses e o poema “Líquenes”, de Micropaisagem, para considerar a repetição enquanto produto e procedimento articulados à memória e à história. Serão também fundamentais para o percurso aqui proposto alguns rascunhos e esboços arquivados no Espólio Literário do escritor.