Cortar o Baralho. Uma articulação não hierárquica entre a Palavra e a Imagem
DOI:
https://doi.org/10.21747/21828954/ely23a4Resumo
Comprometida com a criação de imagens necessárias e confrontada com a proliferação desmesurada de imagens a partir da qual a arte por vezes não se dissocia de um estatuto panfletário, alerto, neste ensaio, para a necessidade de uma leitura imagética do mundo e para a consciência de que a articulação da imagem com a palavra não a deve subordinar a esta última. Submetemos a imagem à descrição verbal num cenário que devia antes fazer-se consciente do potencial de ambas as esferas, da sua necessária articulação não hierárquica e de potenciar o seu papel pedagógico e criativo. Reflito igualmente em torno da dimensão da autoria e de como esta não deve condicionar os usos criativos e articulados da palavra e da imagem. Apesar de se afigurar abstrato refletir em torno de um livro infinitamente grande e de uma imagem infinitamente pequena, acredito que a presente investigação
tem múltiplas aplicações práticas em contextos narrativos, editorias e expositivos e na criação de leituras diversas da História e da Crítica de Arte. Acredito que as potencialidades da articulação entre a palavra e a imagem transparecem nas entrelinhas de um texto que assume ser visual.