O mito de Layla e Majnun na literatura universal: do amor humano ao amor divino

Autores

  • Natália Maria Lopes Nunes IELT/FCSH-UNL

DOI:

https://doi.org/10.21747/21828954/ely24a7

Resumo

O mito pré-islâmico de Layla e Majnun influenciou a literatura mundial, nomeadamente a poesia trovadoresca no que respeita ao “amor louco” e ao “morrer de amor”. Contudo, esta temática encontra-se também subjacente no romance medieval Tristão e Isolda e, posteriormente, em Shakespeare, na peça de teatro Romeu e Julieta. Alguns autores portugueses manifestaram igualmente reminiscências do mito de Layla e Majnun e do amor puro e eterno nas suas obras, de entre eles, Camões (em alguns dos seus poemas), Camilo Castelo Branco, em Amor de Perdição e o romance tradicional “José Pina e Maribela”. Além disso, nas cantigas de amor (e de amigo), a mulher é o elemento central, o polo à volta do qual tudo gira, sobretudo o amor. Mas, sendo a relação incompatível com o amor conjugal, não deixa de ser um amor puro,  fin’amor, semelhante ao amor sufi, no misticismo islâmico, onde se dá a fusão entre o amor profano (humano) e o amor espiritual, ou divino. Assim, a união que liga os amantes torna-se sagrada. À semelhança do amor divino, a relação com o Amado ou com a Amada Transcendental pressupõe um “amor embriagado”, inflamado, que queima e arde, impelindo o amante a entregar-se totalmente ao Amado. O principal objectivo é atingir ou contemplar a Beleza - aspectos que o Sufismo foi buscar à obra de Platão, O Banquete. O discurso de Sócrates, investido pela sabedoria de Diotima, apresenta a ideologia do amor platónico, conhecido na literatura árabe por amor udri.

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Publicado

2024-12-30

Como Citar

Nunes, N. M. L. (2024). O mito de Layla e Majnun na literatura universal: do amor humano ao amor divino. ELyra: Revista Da Rede Internacional Lyracompoetics, (24), 131–146. https://doi.org/10.21747/21828954/ely24a7